Brazilian Journal of Pain
https://brjp.org.br/article/doi/10.5935/2595-0118.20200017
Brazilian Journal of Pain
Letter to the Editor

About methods and instruments in behavior research

Sobre métodos e instrumentos em pesquisa do comportamento

Dirce Maria Navas Perissinotti

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Abstract

Mr. Editor,

Behavioral studies have been developed with reasonable biostatistical reasoning in our field. However, the methodological construction does not always contribute to a better understanding of the pain problem as a behavioral response since it presents biases, mainly because, very often, low-qualified researchers venture into the area. Behavioral research requires correct biostatistical analysis after an appropriate choice of method.

The sciences have become demanding regarding the empirical evidence based on the execution of careful observations and experiments with the purpose of collecting and producing systematic and objective data, and the same occurring in the behavioral sphere - Psychology. The use of research methods must develop according to postulates recommended for its purpose and, therefore, it must be established by standards, including the familiarization of the responsible researcher with the behavioral context intended to research, under the risk of a mistaken result, which in no way contributes to scientific knowledge.

A typical example is the adoption of inventories, whose objective is the study of behavioral variables often used in articles in which authors and reviewers do not always pay attention to the important and fundamental “detail” - the research method.

The Beck Scales, for example, are composed by the Depression Inventory (BDI), Anxiety Inventory (BAI), Hopelessness Scale (BHS) and Suicidal Ideation Scale (BSI) that were designed to measure the intensity of symptoms and are not diagnostic instruments, so they do not ascertain the presence of psychopatho-logical conditions and should be applied to individuals aged 17 to 80 years.

In Brazil, it is an instrument for the restricted use of psychologists - mandatory professional registration for its acquisition and application - as it requires specialized technical training. According to the legislation of the Psychological Tests Evaluation System (SATEPSI) of the Federal Council of Psychology (CFP), since April 2018, it is considered as an instrument not adequately validated to Brazilian standards. To date, there is no version to replace it and, therefore, should not be used.

It is worth mentioning that the use of behavioral research methods are distinguished from others, because they use methodologies that allow deciphering and decoding the behaviors under certain stimuli, according to their characteristics, as long as the attributes of the studied stimulus and behavior in question are respected. And with that, a researcher wishing to ascertain behavioral conditions must, at least, be qualified to do so.

Confident of contributing to the growth of the subject, I hope to have cleared up some mistakes.

Yours sincerely,

Resumo

Senhor editor,

Estudos da área comportamental têm se desenvolvido com razoável raciocínio bioestatístico em nosso meio. Contudo, a construção metodológica nem sempre contribui para maior compreensão do problema dor como resposta comportamental por apresentar vieses, particularmente porque, muitas vezes, pesquisadores pouco habilitados se aventuram na área. A pesquisa comportamental exige correta análise bioestatística, após eleição adequada de seu método.

As ciências têm se tornado exigentes quanto às provas empíricas baseadas na realização de cuidadosas observações e experimentos com o propósito de coletar e produzir dados sistemáticos e objetivos, e o mesmo ocorrendo do âmbito comportamental, a Psicologia. A utilização de métodos de pesquisa deve se desenvolver de acordo com postulados preconizados para seu fim e, com isso, deve ser estabelecido por meio normatizações, além de respeitadas a familiarização do pesquisador responsável com o contexto comportamental a que pretende pesquisar, sob risco de resultado equivocado, que em nada contribui com o conhecimento científico.

Um exemplo muito frequente é o da aplicação de inventários, cujo objetivo é o estudo de variáveis comportamentais frequentemente utilizados em artigos em que autores e revisores nem sempre se atentam para importante e fundamental “detalhe” - o método de pesquisa.

As Escalas Beck, por exemplo, são compostas pelo Inventário de Depressão (BDI), Inventário de Ansiedade (BAI), Escala de Desesperança (BHS) e Escala de Ideação Suicida (BSI) que foram concebidas para mensurar a intensidade de sintomas e não são instrumentos diagnósticos, assim não averiguam a presença de quadros psicopatológicos e devem ser aplicadas em sujeitos de 17 a 80 anos de idade.

No Brasil, é instrumento de uso restrito a psicólogos - obrigatório registro profissional para sua aquisição e aplicação - por exigir treinamento técnico especializado. Conforme legislação do Sistema de Avaliação de testes Psicológicos (SATEPSI) do Conselho Federal de Psicologia (CFP), desde abril de 2018, é considerado como instrumento não adequadamente validado à normatização brasileira. Não há, até o momento, versão que a substitua e, portanto, não deve ser utilizada.

Vale ressaltar que a utilização de métodos de pesquisa do comportamento distinguem-se de outros, porque utilizam metodologias que permitem decifrar e decodificar os comportamentos sob certos estímulos, de acordo com suas características, desde que respeitados os atributos do(s) estímulo(s) estudado(s) e do(s) comportamento(s) em questão. E com isso, um pesquisador que pretenda averiguar condições comportamentais deve minimamente estar habilitado para fazê-lo.

Certa de contribuir com o crescimento do tema, espero ter aclarado alguns equívocos.

Atenciosamente,

References

1 Cunha JA. Manual da versão em português das Escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001. 

2 http://satepsi.cfp.org.br/

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