Assessment of behavior-related pain in school teachers during emergency remote teaching: cross-sectional study
Avaliação de dor relacionada ao comportamento de professores durante o ensino remoto emergencial: estudo observacional transversal
Fabiana Alencar Alfaia; Victor Barbosa Ribeiro; Andressa Stephanie Fernandes da Silva; William Bezerra Leite; Stephanya Covas da Silva; Rafael de Menezes Reis
Abstract
HIGHLIGHTS
• Lower back pain was reported by teachers as the most frequent during remote teaching.
• Time superior than eight hours in front of the computer influences pain sensitivity.
• Higher salary income is associated with lower pain sensitization
Keywords
Resumo
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Na atuação profissional do professor, há elevado nível de estresse, ansiedade e incidência de dor. Com o advento do COVID-19 e a emergência do ensino remoto, é possível que este cenário tenha sido agravado. O objetivo deste estudo foi avaliar quadros de dor crônica, sensibilização central e catastrofização da dor em professores da rede básica durante o ensino remoto ofertado devido à pandemia.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional analítico do tipo transversal. Participaram 200 professores de diferentes regiões do Brasil que responderam, através de um formulário online, perguntas sobre aspectos sociodemográficos e suas condições de trabalho, além de serem avaliadas a intensidade de dor por meio da escala analógica visual de dor, o estado de sensibilização central por meio do Questionário de Sensibilização Central (CSI) e a catastrofização da dor por meio da Escala de Pensamento Catastrófico sobre a Dor.
RESULTADOS: A maioria dos professores eram do sexo feminino, brancos, da região sudeste, com especialização lato sensu, apresentavam renda de 2 a 2,5 salários-mínimos e jornada de trabalho de 21 a 40 horas semanais. A maioria dos professores relatou intensidade de dor igual a oito e a região do corpo mais afetada foi a coluna lombar. Observou-se que professores com baixo salário, ambiente desconfortável e maior jornada dedicada ao ensino remoto apresentaram maior tendência à sensibilização central e à catastrofização da dor. Professores com mobiliário desconfortável relataram aumento da dor, em especial, na coluna lombar e no pescoço. Apresentaram também maiores níveis de sensibilização central à dor, inversamente proporcional à sua renda salarial e, de maneira somatória, professores com maior sensação de desconforto catastrofizaram mais o que reflete os prejuízos físicos e emocionais que a dor pode causar.
CONCLUSÃO: O ensino remoto durante a pandemia do COVID-19 impactou alterações físicas e emocionais nos professores da rede básica de ensino. Os profissionais perceberam que seu mobiliário não era o mais adequado para a alta permanência de tempo que tiveram de trabalhar em atividades acadêmicas pelo computador (em geral, acima de 40 horas semanais), relataram aumento da dor, em especial na coluna lombar e no pescoço, apresentaram maiores níveis de sensibilização central à dor, que foi influenciado por baixa renda salarial e, de maneira somatória, professores com maior sensação de desconforto catastrofizaram mais, o que reflete os prejuízos físicos e emocionais que a dor pode causar. Todos estes acometimentos tendem a reduzir a qualidade de vida do professor e, consequentemente, afetar o processo de ensino e aprendizagem.
DESTAQUES
• A dor lombar foi apontada pelos professores como a mais frequente durante o ensino remoto.
• Tempo superior a oito horas em frente ao computador influencia a sensibilidade à dor.
• A maior renda salarial está associada a menor sensibilização da dor.
Palavras-chave
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Submitted date:
11/02/2022
Accepted date:
12/23/2022