Relationship between physical activity and disability due to pain in seniors: cross-sectional study
Relação entre atividade física e a incapacidade pela dor em idosos: estudo transversal
Fabiana Meneghetti Dallacosta; Luis Henrique Silva de Oliveira; Gracielle Fin
Abstract
HIGHLIGHTS
• The pain limitations showed an inversely proportional relationship to the level of physical activity of seniors, showing that, besides the importance of exercise, it is necessary to have an active life in all aspects.
• Physical activity, besides reducing pain, can improve several aspects of the seniors’ life, contributing to their autonomy and better family and social relationships.
• The practice of physical activity showed no relationship with age, proving that even the oldest old should be encouraged to be more active as a way to reduce pain and vulnerability.
Keywords
Resumo
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A prática de atividade física traz benefícios para a saúde física e mental e, na população idosa, pode contribuir para reduzir as queixas de dor. Neste estudo, foi verificado se o nível de atividade física poderia influenciar a limitação pela dor em indivíduos idosos.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado com idosos residentes no município de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. A seleção dos idosos foi realizada por meio de amostragem aleatória simples, totalizando 410 entrevistados. Para a classificação do nível de atividade física, foi utilizado o Questionário Baecke Modificado para Idosos (QBMI), que classificou os idosos em ativos ou sedentários. Para a análise da incapacidade pela dor, foi utilizado o Índice de Incapacidade Relacionada com a Dor (Pain Disability Index – PDI).
RESULTADOS: Dos 410 idosos participantes deste estudo, 58,5% foram mulheres, com média de idade de 72,21±7,0 anos. Foram considerados ativos ou muito ativos 41% dos idosos. Os idosos sedentários foram os que apresentaram maior limitação física pela dor (p<0,01). A análise de rede mostrou que maiores limitações pela dor foram relacionadas a atividades de lazer, sociais e para realização de necessidades básicas. Observou-se que quanto maior o nível de atividade física, menor foi a limitação pela dor (p<0,01).
CONCLUSÃO: A atividade física contribui para a saúde física dos idosos com dor crônica, podendo evitar riscos maiores de incapacidade relacionada à dor.
DESTAQUES
• As limitações pela dor apresentaram relação inversamente proporcional ao nível de atividade física dos idosos, mostrando que, além da importância dos exercícios, é preciso ter uma vida ativa em todos os aspectos.
• A atividade física, além de reduzir a dor, pode melhorar diversos aspectos da vida do idoso, contribuindo para sua autonomia e melhor convívio familiar e social.
• A prática de atividade física não apresentou relação com a idade, comprovando que até mesmo os idosos mais longevos devem ser incentivados a uma vida mais ativa como forma de reduzir a dor e a vulnerabilidade.
Palavras-chave
References
1 Valero MC, Faria MQG, Lucca PSR. Avaliação e tratamento de dor crônica no paciente idoso. Rev Thêma Sci. 2016;5(2):129-38.
2 Freitas EPS, Lima AV, Amaral JAD, Medeiros FAL, Silva J, Medeiros ACT. Dor crônica e qualidade de vida em idosos em tempos de pandemia de COVID-19. Res Soc Develop. 2022;11(10): e600111028943.
3 Sousa CMS, Sousa AAS, Gurgel LC, Brito EAS, Sousa FRS, Santana WJS, Vieira DV. Contribuição da atividade física para a qualidade de vida dos idosos: uma revisão integrativa da literatura. Rev Psicol. 2019;13(460:425-33.
4 Camboim FEF, Nóbrega MO, Davim RMB, Camboim JCA, Nunes RMV, Oliveira SX. Benefícios da atividade física na terceira idade para a qualidade de vida. Rev Enferm UFPE. 2017;11(6):2415-22.
5 Tavares RE, Jesus MCP, Machado DR, Braga VAS, Tocantins FR, Merighi MAB. Envelhecimento saudável na perspectiva de idosos: uma revisão integrativa. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(6): 889-900.
6 Von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP; STROBE Initiative. The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. J Clin Epidemiol. 2008;61(4):344-9.
7 Mazo GZ, Mota J, Benedeti TB, Barros MVG. Validade concorrente e reprodutibilidade: teste-reteste do questionário de Baecke modificado para idosos. Rev Ativ Fís Saúde. 2001;6(1):5-11.
8 Santos LP, Silva JMCS, Reis VMCP, Rocha JSB, Freitas RF. Nível de atividade física de idosos participantes de grupo de convivência e fatores associados. Rev Bras Prescr Fisiol Exercício. 2019;13(83):459-66.
9 Dellaroza MSG, Pimenta CAM. Impacto da dor crônica nas atividades de vida diária de idosos da comunidade. Ciênc Cuidado Saúde. 2012;11:235-42.
10 Ferretti F, Silva MR, Pegoraro F, Baldo JE, Sá CA. Dor crônica em idosos, fatores associados e relação com o nível e volume de atividade física. BrJP. 2019;2(1):3-7.
11 Magalhães AR, Peixoto A, Teixeira PM. Dor crônica multifatorial e a abordagem holística do médico de família: a propósito de um caso clínico. Rev Port Clín Geral. 2020;36(5):425-9.
12 Tatagiba BSF, Souza LAF, Cárceres AC, Pereira GA, Serra JR, Pereira LV. Depressão e intensidade de dor crônica em idosos. Psicol Pesq. 2022;16:e30417.
13 Kshesek GB, Souza LGH, Leandro LA. Prevalência de dor crônica em idosos: revisão integrativa da literatura. Braz J Health Rev. 2021;4(5):21367-81.
14 Ferretti F, Castanha AC, Padoan ER, Lutinski J, Silva MR. Qualidade de vida de idosos com e sem dor crônica. BrJP. 2018;1(2):111-5.
15 Lopes MA, Krug RR, Bonetti A, Mazo GZ. Barreiras que influenciaram a não adoção de atividade física por longevas. Rev Bras Ciênc Esporte. 2016;38(1):76-83.
16 Venturieri B, Lima VS. A importância da atividade física na promoção da saúde sob o ponto de vista dos idosos no município de Castanhal-PA. Rev Bras Educ Saúde. 2015;5(4):48-53.
17 Moreira MM, Ikegami EM, Mesquita IMR, de Assis Amaro E, Pena VV, Meneguci J, Júnior JSV. Impacto da inatividade física nos custos de internações hospitalares para doenças crônicas no Sistema Único de Saúde. Arq Ciências Esp. 2017;5(1):16-9.
18 Tonosaki LMD, Rech CR, Mazo GZ, Antunes GDA, Benedetti TRB. Barreiras e facilitadores para a participação em um programa de mudança de comportamento: análise de grupos focais. Rev Bras Ciênc Esp. 2018;40(2):138-45.
19 Boutevillain L, Dupeyron A, Rouch C, Richard E, Coudeyre E. Facilitators and barriers to physical activity in people with chronic low back pain: a qualitative study. PLoS One. 201725;12(7):e0179826.
Submitted date:
10/25/2022
Accepted date:
12/06/2022