Brazilian Journal of Pain
https://brjp.org.br/article/doi/10.63231/2595-0118.20250006-en
Brazilian Journal of Pain
Original Article

Surveillance of toothache in primary health care in Brazil: time series 2014-2023

Vigilância da dor de dente na atenção primária à saúde no Brasil: série temporal de 2014-2023

Letícia Araújo Moncôrvo Lima; Anny Karlen Brito da Silva; Alcir José de Oliveira-Júnior; Temístocles Damasceno Silva; Haroldo José Mendes; Manoelito Ferreira Silva-Junior

Downloads: 0
Views: 53

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Toothache is a marker of failure in care and resolution, and therefore it is an indicator of oral health surveillance in Primary Health Care (PHC). The objective of the present study was to analyze the toothache notification in PHC among the Brazilian states and geographic regions over ten years.

METHODS: The ecological study used secondary data extracted in April 2024 on toothache surveillance, through the Health Information System for Primary Care, referring to the annual data (January-December) from 2014 to 2023. Population data were extracted from the Brazilian Institute of Geography and Statistics. The occurrence, annual rate, and annual percentage variation were calculated.

RESULTS: In ten years, pain was reported in 46,514,494 teeth. The lowest annual rate was 2.63 teeth per 1,000 inhabitants/year in 2014, and the highest 35.81, in 2023. The lowest rates were in the following states: RO, RR, RJ, and DF, and the highest in AC, AL, RN, and TO. Among the geographic regions, the lowest rates were in the Southeast and South, and the highest rates in the Northeast and North. There was a percentage increase in toothache in Brazil, with the exception of 2020 (-23.3%). Among the regions, a reduction was only observed in the Southeast between 2017-2016 (-14.9%).

CONCLUSION: Toothache had a high rate of occurrence and an annual increase in PHC in Brazil, except for 2020, with marked disparities between states and Brazilian regions.

Keywords

Primary Health Care; Toothache; Public Health Surveillance

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor de dente é um marcador de falha na assistência e na resolutividade, e por isso é um indicador da vigilância de saúde bucal na Atenção Primária à Saúde (APS). O objetivo deste estudo foi analisar a notificação de dor de dente na APS entre as Unidades Federativas (UF) e regiões geográficas brasileiras ao longo de 10 anos.

MÉTODOS: O estudo ecológico utilizou dados secundários sobre a vigilância da dor de dente extraídos em abril de 2024, por meio do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica, referente aos dados anuais (janeiro-dezembro) de 2014 a 2023. Os dados populacionais foram extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi calculada ocorrência, taxa anual e variação anual percentual.

RESULTADOS: Em 10 anos foi notificado dor em 46.514.494 dentes. A menor taxa anual foi de 2,63 dentes por 1.000 habitantes/ano em 2014, e a maior 35,81, em 2023. As menores taxas foram nas UFs: RO, RR, RJ e DF, e as maiores no AC, AL, RN e TO. Entre as regiões geográficas, as menores taxas foram no Sudeste e Sul, e as maiores taxas no Nordeste e no Norte. Houve aumento percentual da dor de dente no Brasil, com exceção do ano de 2020 (-23,3%). Entre as regiões, verificou-se redução apenas no Sudeste, entre 2017-2016 (-14,9%).

CONCLUSÃO: A dor de dente apresentou alta taxa de ocorrência e aumento anual na APS no Brasil, com exceção do ano de 2020, com disparidades marcantes entre as UFs e as regiões brasileiras.

Palavras-chave

Atenção Primária à Saúde; Odontalgia; Vigilância em Saúde Pública

References

1 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. A saúde bucal no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2018.

2 Bastos LMC, Guaitolini AF, Aguiar AD, Rocha RPO, Barros Miotto MHM. Epidemiologia das perdas dentárias e expectativa de reposição protética em adultos e idosos. Rev Enfermagem Atual In Derme. 2023;98(1):e00234257.

3 Silva MF Jr, Batista MJ, Sousa MLR. Correction: risk factors for tooth loss in adults. A population-based prospective cohort study. PLoS One. 2019;14(12):e0226794. http://doi.org/10.1371/journal.pone.0226794. PMid:31841552.

4 Cayetano MH, Carrer FCA, Gabriel M, Martins FC, Pucca GA Jr. Política Nacional de Saúde Bucal Brasileira (Brasil Sorridente): um resgate da história, aprendizados e futuro. Univ Odontol. 2019;38(80):1-23. http://doi.org/10.11144/Javeriana.uo38-80.pnsb.

5 Silva NCGBS, Rocha MP, Aragão GCA, Feres ABS, Marques TB, Silva EBS. Inclusão da Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família: dificuldades e potencialidades / inclusion of oral health in the family health strategy. Id On Line Rev Psicol. 2019;13(48):243-53. http://doi.org/10.14295/idonline.v13i48.2158.

6 Pucca GA Jr, Gabriel M, Paludetto M Jr, Lucena EHG, Melo NS. Acesso e cobertura populacional à saúde bucal após a implementação da política nacional de saúde bucal “Brasil Sorridente”. Tempus. 2020;14(1):29-43.

7 Teixeira CF, Paim JS, Vilasbôas AL. SUS, modelos assistenciais e vigilância da saúde. Inf Epidemiol. Sus. 1998;7(2):7-28. http://doi.org/10.5123/S0104-16731998000200002.

8 Diniz FC. Vigilância da dor de dente no Brasil: um estudo a partir dos dados do SISAB [monografia]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2023 [citado 2024 abr 30]. http://hdl.handle.net/1843/61316

9 Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. Versão 2.1.240516. Brasília: Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde; 2024 [citado 2024 abr 30]. https://sisab.saude.gov.br/

10 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas da população. Rio de Janeiro: IBGE; 2024 [citado 2024 abr 30]. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9103-estimativas-de-populacao.html

11 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico. Rio de Janeiro: IBGE; 2024 [citado 2024 abr 30]. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/%2022827-censo-demografico-2022.html

12 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Coordenação Geral de Informação da Atenção Primária à Saúde. Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB. Nota técnica explicativa: relatório de validação. Brasília: Ministério da Saúde; 2021 [citado 2024 maio 15]. https://sisab.saude.gov.br/resource/file/nota_tecnica_relatorio_validacao_210219.pdf

13 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Coordenação Geral de Informação da Atenção Primária à Saúde. Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB. Nota técnica explicativa: relatório de saúde (produção). Brasília: Ministério da Saúde; 2021 [citado 2024 maio 15]. https://sisab.saude.gov.br/resource/file/nota_tecnica_relatorio_saude_producao_210802.pdf

14 Hugo FN, Bailey JA, Stein C, Cunha AR, Iser BPM, Malta DC, Giordani JMA, Hilgert JB, Abreu LG, Kassebaum NJ. Prevalence, incidence, and years-lived with disability due to oral disorders in Brazil: an analysis of the Global Burden of Disease Study 2019. Rev Soc Bras Med Trop. 2022;55(Suppl I):e0284. http://doi.org/10.1590/0037-8682-0284-2021.

15 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

16 Silva-Junior MF, Sousa ACC, Batista MJ, Sousa MDLR. Condição de saúde bucal e motivos para extração dentária entre uma população de adultos (20-64 anos). Cien Saude Colet. 2017;22(8):2693-702. http://doi.org/10.1590/1413-81232017228.22212015. PMid:28793083.

17 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.412, de 10 de julho de 2013. Institui o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Diário Oficial da União; Brasília; 2013.

18 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.113, de 31 de julho de 2015. Altera o prazo do envio obrigatório ao SISAB para a partir de janeiro de 2016. Diário Oficial da União; Brasília; 2015.

19 Barbosa DV, Nóbrega WFS, Silva GCBD, Melo Neto OM, Feitosa FSQ. Prontuário eletrônico do cidadão: aceitação e facilidade de uso pelos cirurgiões-dentistas da atenção básica. Arch Health Invest. 2020;9(5):414-9. http://doi.org/10.21270/archi.v9i5.4795.

20 Santos PO, Pereira PPS, Pontes DO, Almeida RMF, Sabini AAC, Dias AGA. Cobertura de saúde bucal no Brasil, região Norte e Rondônia de 2010 a 2020: Saúde bucal no Brasil: 2010 a 2020. Rev Bras Prom Saúde. 2023;36:9. http://doi.org/10.5020/18061230.2023.14007.

21 Souza GCA, Mourão SA, Emiliano GBG. Série temporal da produção odontológica no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2008-2018. Epidemiol Serv Saude. 2022;31(1):e2021213. http://doi.org/10.1590/s1679-49742022000100007. PMid:35319645.

22 Chisini LA, Costa FS, Sartori LRM, Corrêa MB, D’Avila OP, Demarco FF. COVID-19 pandemic impact on Brazil’s Public Dental System. Braz Oral Res. 2021;35:e082. http://doi.org/10.1590/1807-3107bor-2021.vol35.0082. PMid:34287465.

23 Danigno JF, Echeverria MS, Tillmann TFF, Liskoski BV, Silveira MGSES, Fernandez MDS, Silva NRJD, Laroque MB, Silva AER. Fatores associados à redução de atendimentos odontológicos na Atenção Primária à Saúde no Brasil, com o surgimento da COVID-19: estudo transversal, 2020. Epidemiol Serv Saude. 2022;31(1):e2021663. http://doi.org/10.1590/s1679-49742022000100015. PMid:35544869.

24 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Guia de orientações para atenção odontológica no contexto da Covid-19. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. 84 p.

25 Albuquerque MV, Viana ALA, Lima LD, Ferreira MP, Fusaro ER, Iozzi FL. Desigualdades regionais na saúde: mudanças observadas no Brasil de 2000 a 2016. Cien Saude Colet. 2017;22(4):1055-64. http://doi.org/10.1590/1413-81232017224.26862016. PMid:28444033.

26 Amorim DA, Mendes A. Financiamento federal da atenção básica à saúde no SUS: uma revisão narrativa. J Manag Prim Health Care. 2020;12:1-20. http://doi.org/10.14295/jmphc.v12.970.

27 Rocha ES, Gomes AA, Santos LGS, Ribeiro FP, Silva APB, Lima DM. A evolução da cobertura do número de equipes de saúde bucal nos estados do Nordeste do Brasil. Res Soc Develop. 2022;11(7):e14311729703. http://doi.org/10.33448/rsd-v11i7.29703.

28 Gomes CBS, Gutiérrez AC, Soranz D. Política Nacional de Atenção Básica de 2017: análise da composição das equipes e cobertura nacional da Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2020;25(4):1327-38. http://doi.org/10.1590/1413-81232020254.31512019.

29 Martins PHS, Amaral OL Jr, Faustino-Silva DD, Torres LHN, Unfer B, Giordani JMA. Desigualdades na distribuição das equipes de saúde bucal no Brasil. Stomatos [revista eletrônica]. 2017 [citado 2024 maio 15];21(45):4-13 [citado 2024 jul 9]. http://fi-admin.bvsalud.org/document/view/5wvck

30 Pinho JRO, Souza TC, Bôas MDV, Marques PC, Neves PAM. Evolução da cobertura das equipes de saúde bucal nas macrorregiões brasileiras. Rev Assoc Paul Cir Dent [revista eletrônica]. 2015 [citado 2024 maio 15];69(1):80-95. http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-52762015000100013

31 Sousa C, Fenandes VC. Aspectos históricos da saúde pública no Brasil: revisão integrativa da literatura. J Manag Prim Health Care. 2020;12:1-17. http://doi.org/10.14295/jmphc.v12.579.
 


Submitted date:
08/30/2024

Accepted date:
11/26/2024

67db1f8da9539535700ef593 brjp Articles
Links & Downloads

BrJP

Share this page
Page Sections