Brazilian Journal of Pain
https://brjp.org.br/article/doi/10.63231/2595-0118.20250027-en
Brazilian Journal of Pain
Artigo Original

Virtual reality and play therapy in the management of pain and anxiety in children and adolescents undergoing cancer treatment: quasi-experimental study

Realidade virtual e ludoterapia no manejo da dor e ansiedade de crianças e adolescentes em tratamento oncológico: estudo quase experimental

Denize Miquele dos Santos Barrêto; Carolina Dias dos Santos Silva; Moisés Ferreira Alves de Oliveira; Anajás da Silva Cardoso Cantalice

Downloads: 0
Views: 24

Abstract

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Virtual reality (VR) and play therapy represent important methods to be implemented in the face of painful processes faced in the therapeutic path of children and adolescents with cancer. The objective of this study was to investigate the influence of VR and play therapy with board games for pain reduction in children and adolescents undergoing cancer treatment.

METHODS: This is a quasi-experimental study, with non-probabilistic sampling. The population consisted of children and adolescents treated at the pediatric oncology unit of a public hospital in Paraíba state. Data collection occurred in the following stages: application of a form with demographic and clinical data of the child; assessment of pain and anxiety in children and adolescents allocated to control, VR and play therapy groups before any procedure during hospitalization, such as medication administration, dressings and afterwards. For data analysis, the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) software was used.

RESULTS: Of the 34 participants evaluated, 59% were male, 79% aged between 4 and 10 years and 58% diagnosed with leukemia. As for pain, 3% reported moderate pain before the implementation of the treatments, and after the practices there was a reduction in the pain score in the VR group. 12% of those assessed had symptoms indicative of anxiety. There was a decrease in heart rate (HR) in all groups, with no difference in the control group.


CONCLUSION: VR and play therapy have proven to be effective resources for pain relief in children and adolescents, inserting themselves as attractive forms of humanized care.

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A realidade virtual (RV) e a ludoterapia representam importantes métodos não farmacológicos disponíveis para auxiliar no enfrentamento de processos dolorosos agudos e crônicos de crianças e adolescentes durante o tratamento do câncer. O objetivo deste estudo foi investigar a influência da RV e da ludoterapia com jogos de tabuleiro na redução da dor e da ansiedade em crianças e adolescentes hospitalizados para o tratamento oncológico.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo quase experimental, com amostragem sem randomização. A população foi constituída por crianças e adolescentes atendidos na unidade de Oncologia pediátrica de um hospital público paraibano. A coleta de dados ocorreu nas seguintes etapas: aplicação de formulário com dados demográficos e clínicos da criança e avaliação da dor e ansiedade nas crianças e adolescentes alocados nos grupos controle, RV e ludoterapia antes de algum procedimento durante a hospitalização, tal como administração de fármacos, curativos e pós-operarório. Para a análise dos dados, utilizou-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

RESULTADOS: Dos 34 participantes avaliados, 59% eram do sexo masculino, 79% com idade entre 4 e 10 anos e 58% com diagnóstico de leucemias. Quanto à dor, 3% referiram dor moderada antes da implementação das terapias, sendo que após as práticas houve diminuição do escore de dor no grupo RV. Doze por cento dos avaliados apresentaram sintomas indicativos de ansiedade. Verificou-se diminuição da frequência cardíaca (FC) em todos os grupos, sem diferença para o grupo controle.

CONCLUSÃO: A RV e a ludoterapia demonstraram ser recursos eficazes para fins de alívio da dor em crianças e adolescentes, inserindo-se como formas atrativas para o cuidado humanizado.

Palavras-chave

Criança; Criança hospitalizada; Dor do câncer; Ludoterapia; Realidade virtual

Referências

1 Instituto Nacional de Câncer. Carta da equipe Multidisciplinar da Oncologia Pediátrica aos pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes com câncer. Rio de Janeiro: Equipe Multidisciplinar da Oncologia Pediátrica; 2023.

2 Sousa MR, Chaves EM, Tavares AR. Representações sociais dos profissionais de enfermagem sobre a avaliação da dor na criança oncológica. BrJP. 2021;5(1):8-13.

3 Martins NF, Silva-Rodrigues FM. Avaliação e manejo dos efeitos adversos do tratamento quimioterápico pediátrico: revisão integrativa. Res Soc Dev. 2022;11(10):e46111032131. http://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32131.

4 Raja SN, Carr DB, Cohen M, Finnerup NB, Flor H, Gibson S, Keefe FJ, Mogil JS, Ringkamp M, Sluka KA, Song X-J, Stevens B, Sullivan MD, Tutelman PR, Ushida T, Vader K. Definição revisada de dor da Associação Internacional para o Estudo da Dor: conceitos, desafios e compromissos. Pain. 2020;161(9):1976-82. PMid:32694387.

5 Menezes LCBB, Miranda MKV. Percepção da dor em pacientes oncológicos. Rev Eletron Acervo Enferm. 2022;19:1-8.

6 Azevêdo AVS. Ansiedade, enfrentamento e redes sociais significativas de familiares cuidadores de crianças hospitalizadas com queimaduras [tese]. Florianopólis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2016. 93 p.

7 Carvalho ACR, Alencar LMS, Costa MVM, Batista PVS, Magalhães JM, Cardoso SB, Campelo TPT, Rodrigues ABM. Ludoterapia infantil no contexto hospitalar: uma revisão integrativa da literatura. Rev Enferm Atual Derme. 2024;98(1):e024267. http://doi.org/10.31011/reaid-2024-v.98-n.1-art.2004.

8 Ducca PS. Os benefícios da ludoterapia e o uso do brinquedo terapêutico em unidades de terapia intensiva pediátrica. Fac Sant’Ana. 2020;4(2):256-66.

9 Flora M, Silva A, Gonçalves B, Reis R. Intervenções em crianças com doença oncológica submetidas a procedimentos invasivos: uma revisão integrativa da literatura. Rev Cient UCP. 2023;(31):231-54.

10 Ahmadpour N, Randall H, Choksi H, Gao A, Vaughan C, Poronnik F. Virtual reality interventions for acute and chronic pain management. Int J Biochem Cell Biol. 2019;114:105568. http://doi.org/10.1016/j.biocel.2019.105568. PMid:31306747.

11 Silva JML, Monteiro AJC, Coutinho ES, Cruz LBS, Araújo LT, Dias WB, Costa PVDP. O brinquedo terapêutico instrucional como ferramenta na assistência oncológica infantil. Rev Soc Dev. 2020;9(7):e408974253. http://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4253.

12 Santos SS, Alves ABS, Oliveira JC, Gomes A, Maia LFS. A ludoterapia como ferramenta na assistência humanizada de enfermagem. Rev Recien. 2017;7(21):30-40. http://doi.org/10.24276/rrecien2358-3088.2017.7.21.30-40.

13 Claro MT. Escala de faces para avaliação da dor em crianças: etapa preliminar [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 1993. http://doi.org/10.11606/D.22.1993.tde-23052023-094130.

14 Vianna R. Avaliação dos níveis de ansiedade de uma amostra de escolares no Rio de Janeiro através da escala multidimensional de ansiedade para crianças (MASC) [dissertação]. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2008.

15 Aydin D, Sahiner NC. Efeitos da musicoterapia e dos cartões de distração no alívio da dor durante flebotomia em crianças. Pesq Enferm Apl. 2016;33:164-8.

16 Scapin S, Echevarría-Guanilo ME, Gonçalves N, Tourinho FSV, Martins JC, Fuculo-Junior PRB. Realidade virtual na redução da dor em crianças queimadas: estudo piloto quase-experimental. Rev Bras Queimaduras. 2023;22(1):2-8. http://doi.org/10.5935/2595-170X.20230002.

17 Araujo LV, Truppel TC, Nitz D, Ogradowski KRP. Eficácia da realidade virtual no manejo da dor pediátrica: contribuições da inovação tecnológica em saúde. Espac Saude. 2023;24:e958. http://doi.org/10.22421/1517-7130/es.2023v24.e958.

18 Vasconcelos MDF. Psico-oncologia infantil: o sofrimento da criança com câncer [trabalho de conclusão de curso]. Ribeirão Preto: Universidade Brasil; 2018. 21 p.

19 Li WHC, Chung JOK, Ho KY, Kwok BMC. Playful interventions to reduce anxiety and negative emotions in hospitalized children. BMC Pediatr. 2016;16(1):36. http://doi.org/10.1186/s12887-016-0570-5. PMid:26969158.

20 Zengin DM, Yayan EH, Duken ME. Os efeitos de um programa terapêutico de brincadeira/terapia lúdica nos níveis de medo e ansiedade de crianças hospitalizadas após transplante de fígado. Rev Enferm PeriAnestesia. 2021;36(1):81-5.

21 Addab S, Hamdy R, Thorstad K, Le May S, Tsimicalis A. Use of virtual reality in managing paediatric procedural pain and anxiety: an integrative literature review. J Clin Nurs. 2022;31(21-22):3032-59. http://doi.org/10.1111/jocn.16217. PMid:35068011.

22 Caleffi CCF, Rocha PK, Anders JC, Souza AIJ, Burciaga VB, Serapião LS. Contribuição do brinquedo terapêutico estruturado em um modelo de cuidado de enfermagem para crianças hospitalizadas. Rev Gaúcha Enferm. 2016;37(2):e58131. http://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.02.58131. PMid:27253598.
 


Submetido em:
05/12/2024

Aceito em:
18/03/2025

685998f9a9539519445f46a3 brjp Articles
Links & Downloads

BrJP

Share this page
Page Sections